No 365 Canções Brasileiras, foi abordada, de Beto Guedes, “Pela Claridade Da Nossa Casa”, estupenda canção que aparece no clássico Sol de primavera (1979). Por isso, trago esse disco para a presente série de prólogos, lembrando que ele reúne alguns dos sucessos do cantor e multi-instrumentista de Montes Claros (como a faixa-título, a maravilhosa “Cruzada” e “Pedras Que Cantam”), canções menos badaladas (“Como Nunca” e “Roupa Nova”, esta, presente de Fernando Brant e Milton Nascimento, que dela participa ao violão – e a canção é historicamente importantíssima, por ter inspirado o nome de um certo conjunto), uma cover que lembra os beatlemaníacos tempos de juventude de Beto (“Norwegian Wood”, em épica versão arranjada e cantada também por Bituca), um choro (a singela “Casinha De Palha”, de Godofredo Guedes, pai de Beto) e nada menos que dois temas instrumentais. O primeiro deles é “Rio Doce”, no lado-A, indecifrável, com muitas camadas de instrumentos – e todos (violão, flauta, bateria, percussão e bandolim) executados pelo autor; mais tarde, receberia letra de Tavinho Moura e Ronaldo Bastos, sendo regravada por Beto em Contos de lua vaga (1981), com participação da cantora Joyce Moreno (então, apenas Joyce). O outro tema, e que escolho como prólogo do dia, é “Monte Azul”, no lado-B, balada progressiva só de Beto, executada por um time de músicos absolutamente fantásticos: Luiz Alves no baixo, Roberto Silva na bateria, Mauro Senise nos sopros e Wagner Tiso nos teclados, além do próprio compositor nos violões.
Há uma porção de temas instrumentais espalhados por toda a discografia de Beto; será fácil sacar um deles para o 365 Temas Instrumentais Brasileiros no ano que vem (a propósito, compilei todos, salvo uma ou outra possível omissão, aqui). Quanto aos demais artistas mencionados neste post – Fernando Brant, Milton, Tavinho Moura, Ronaldo Bastos, Godofredo Guedes, Roupa Nova, Joyce Moreno, Luiz Alves, Roberto Silva, Mauro Senise e Wagner Tiso –, praticamente todos eles ganharão um post no ano que vem.
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