Prólogo 31. Lula Côrtes e Zé Ramalho: “Harpa Dos Ares”

No 365 Canções Brasileiras, comentei “Nas Paredes Da Pedra Encantada, Os Segredos Talhados Por Sumé”, que é tão impressionante quanto seu título é grande, vinda diretamente do clássico Paêbirú (1975). Envolvo em mística e estórias apócrifas, o álbum é o primeiro lançamento a trazer o nome de Zé Ramalho na capa, acompanhado de Lula Côrtes. O paraibano e o pernambucano apresentam, em 14 composições (algumas reunidas em pequenas suítes), uma psicodelia natural, espontânea e agreste, como nunca antes se ouvira, e talvez como nunca mais se ouvirá. Muito já foi dito sobre o álbum, por isso, neste texto, falarei brevemente sobre o motivo dele constar nesta lista de prólogos: sua segunda faixa, “Harpa Dos Ares”, composta por Lula e Zé, como a maior parte do conteúdo do disco. O tema é belíssimo e, nas cordas do violão, parece mesmo querer reproduzir uma harpa, enquanto sons da natureza servem como pano de fundo, incluindo imitações de pássaros. Há duas curiosidades sobre “Harpa Dos Ares”: primeiro, que o violão que se ouve é de ninguém menos que Geraldo Azevedo; e segundo, que apesar de sua beleza, o tema, na verdade, plagia o “Estudo nº2” para violão de Heitor Villa-Lobos – na verdade, trata-se mesmo de uma versão desacelerada dele. Para tirar a prova, ouça a gravação de Turibio Santos:

No 365 Temas Instrumentais Brasileiros, teremos mais Lula Cortes, mais Zé, e mais Villa-Lobos (pelo menos cinco composições suas já estão planejadas).

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