1. Os Mutantes: “Oh! Mulher Infiel”

E cá estamos, abrindo o 365 Temas Instrumentais Brasileiros, oficialmente, com a banda brazuca mais conhecida e influente de todas, neste primeiro ano que começamos sem Rita Lee. Nossa viagem, neste projeto, terá como referência as cores das capas dos discos, por isso, iniciaremos mais monocromáticos, percorrendo as cores do arco-íris, do vermelho ao violeta, conforme avançamos. Na verdade, a escolha de temas será praticamente uma desculpa para falarmos de discos.

Simbora… (e haja fôlego).


A divina comédia ou Ando meio desligado é um clássico dos Mutantes e, talvez, o último grande álbum da banda, desconsiderando o lançamento “póstumo” Tecnicolor (2000) – que, por sinal, traz dois dos hits do disco de 1970, a imprescindível “Ando Meio Desligado” e a bela “Desculpe Baby”, ambas com letra vertida para o inglês. Entre experimentações psicodélicas (como em “Haleluia” e na impressionante “Ave Lúcifer”), há várias zoeiras (“Quem Tem Medo De Brincar De Amor”, “Meu Refrigerador Não Funciona”) e muito rock ‘n roll (com destaque para o lado-B “Jogo De Calçada”). Encerrando a obra, nosso tema de hoje, “Oh! Mulher Infiel”. Como explica Rita Lee em sua autobiografia, a banda tinha o costume de assinar coletivamente suas composições, mesmo no caso de criações individuais; nesta, porém, a assinatura é só de Arnaldo Baptista. A faixa tem um clima tribal e soa como uma jam de meio de show. Partindo de um solo de bateria, logo abre espaço para as guitarras de Sérgio Dias, com um overdrive saturadíssimo. O órgão de Arnaldo completa o tom psicodélico do que seria o “primeiro movimento” da peça. Então, ela se torna uma balada romântica, conduzida por acordes de piano… para, abruptamente, voltar à pauleira e à microfonia. Chapação.

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