8. Nivaldo Ornelas: “Sorrisos De Uma Criança”

O primeiro disco solo de Nivaldo Ornelas integra a célebre, mas hoje caída no esquecimento, série MPBC – Música Popular Brasileira Contemporânea, de 1978. Propostos pela gravadora Polygram/Philips, foram 11 álbuns que contemplaram também, entre outros, Túlio Mourão, Robertinho Silva e Luiz Claudio Ramos. Adornado por uma bela e impressionante capa monocromática desenhada por Aldo Luiz (padrão de toda a série), o disco de Ornelas traz oito faixas, seis instrumentais e duas canções, cujos nomes – “Portal Dos Anjos”, “Querubins E Serafins”, “O Que Há De Mais Sagrado” – já indicam se tratar de uma obra, literalmente, celestial. Nessa aventura de jazz ao mesmo tempo regionalista e progressivo, quase que um “fusion sacro” (na falta de nome mais apropriado), Ornelas reúne uma multidão de músicos, incluindo uma verdadeira orquestra de sopros unindo-se a suas flautas, e apresenta temas sublimes como a abertura, “As Minas Do Morro Velho”, “Cidadela” (uma das canções mais belas que já escutei) e nosso tema de hoje, “Sorrisos De Uma Criança”. Composta pelo próprio Ornelas (aliás, todas as faixas são autorais, sendo três delas em parcerias) e faixa mais curta do álbum, a peça passeia por diversos climas, desde seu começo violado, alcançando seu clímax misterioso, para fechar com uma sinfonia de flautas.