78. Banda Black Rio: “Baião”

Maria fumaça (1977) é o álbum de estreia da Banda Black Rio, um verdadeiro dream team de músicos, incluindo Cristovão Bastos nos teclados, Jamil Joanes no baixo e os finados Luiz Carlos Batera e Cláudio Stevenson, na guitarra. Completando a banda, um trio de metais afiadíssimo: Lúcio Trombone (então Lúcio J. da Silva) e os também falecidos Barrosinho (trompete) e Oberdan Magalhães (sax), o líder do conjunto. O disco é um clássico indiscutível da música brasileira e muito já foi escrito sobre ele. De minha parte, digo apenas que, em sua concisão (são menos de 30 minutos de gravações, em 10 faixas), a obra apresenta um apanhado impecável de composições próprias (como a faixa-título, de Oberdan e Batera; o delicioso soul de Jamil “Júnia”, que, tivesse letra, bem poderia render uma canção de Tim Maia; e “Mr. Funky Samba”, também de Jamil, e cujo título é bastante representativo da sonoridade da banda) e algumas releituras de temas já bem-conhecidos. “Na Baixa Do Sapateiro”, de Ary Barroso, foi a primeira dessas versões que me fisgou, com sua azeitadíssima mistura de samba com rock, funk, nordestinidade e leve psicodelia. Por sua vez, “Casa Forte”, de Edu Lobo, que já era impressionante em sua versão original, perde dramaticidade na versão da Black Rio, embora compense com muito balanço. Mas o destaque, e tema de hoje, é mesmo a reconstrução de “Baião”, grande sucesso de Gonzagão e Humberto Teixeira, que é vertido para uma roupagem algo jazzística, claro que com um sabor funky, e preservando seu desenho melódico tão decantado em nossa memória afetiva.

2 replies to “78. Banda Black Rio: “Baião”

  1. Clássico absoluto, não tem como não comentar.

    Esse disco está no meu top 5 de discos nacionais, bom demais ! O groove de baixo nesse som é coisa de doido.

    Curtir

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora
close-alt close collapse comment ellipsis expand gallery heart lock menu next pinned previous reply search share star