O Cordel do Fogo Encantado não é exatamente um conjunto, ou não apenas isso: é um espetáculo lítero-musical, em que a poesia dos cantadores nordestinos é continuamente renovada, dando forma a novas possibilidades expressivas. Musicalmente, trata-se de uma jornada acústica, em que os versos cantados custam a compor uma melodia, sobre uma base percussiva influenciada (mas não demarcada) pelo maracatu e por outros ritmos nordestinos. No disco-encenação O palhaço do circo sem futuro (2002), o grupo constrói uma narrativa repleta de dramas, apocalípticos e/ou pessoais, numa incessante e arrebatadora profusão de imagens cantadas/recitadas em versos, por vezes, entoadas como verdadeiras orações. Desse disco, tomo como tema de hoje “Cavaleiros Do Fogo Da Origem (Ou A Comédia Dos Erros)”, uma breve pausa nesse desfile ígneo, em que seu compositor, o violonista Clayton Barros, se une a Chico César e atualiza a tradição do violão clássico, agora, deslocando-a para o sertão pernambucano.
Esse som me lembrou muitos filmes como auto da compadecida e lisbela e o prisioneiro. Enquanto alguém vai contanto uma história e colocam uma música pra acompanhar os “causos”.
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Boa! Acho que tem bem o clima de Lisbela e do Auto, com aquela coisa agreste. Aliás, serviria em várias adaptações possíveis da obra de Suassuna para o cinema ou a televisão!
Grato pela visita e pelo comentário.
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