110. Fernando Petry: “Bill”

Free loops (2016) pode ser considerado o trabalho-vitrine de Fernando Petry. São 15 faixas em que o baixista gaúcho demonstra seu exímio domínio do instrumento, criando intrincadas texturas melódico-harmônicas a partir de um diversificado rol de técnicas, de maneira espontânea, camada sobre camada, em loops registrados ao vivo. As composições são autorais e tangenciam gêneros como o rock e o fusion, graças às espertas programações do músico. Ainda, há temas que chamam a atenção por não dependerem de qualquer apoio percussivo, que não aquele do próprio baixo, caso da virtuosística “Beauty”, apoiada na técnica do tapping, às vezes soando como um reggae; de “Wheel Of Fortune”, que sedia um solo espetacular; e de “Dragged By The Wind”, que até segue um click eletrônico, mas pulsa mesmo é com os harmônicos. E se “Into The Heat” soa mais reta, eletrônica e quase robótica, as plácidas “Auschwitz” e “I Will Remember” revelam o sonoroso timbre do fretless, enquanto o baixo melódico de “Casino” parece, de fato, cantar. Como esta última, outra funkeada é “Sneaky Transition”, talvez a faixa que mais coloque em evidência as programações. Outros destaques são a etérea abertura, “I Meet A Girl” e as baladas rock “Crush On You” e “Fool” – esta, com algumas passagens quase bachianas. Mas nosso tema de hoje fica sendo “Bill”, todinha executada no baixo e carregada de suingue, groove e slaps.

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