21. Eduardo Gudin: “Jacob”

Em 2022, Eduardo Gudin surpreendeu ao lançar um álbum em que, junto da violinista Léla Simões e da pianista Naila Gallotta, não apresentou absolutamente nenhum samba, mas passeou por valsas, choros e canções. Aliás, Valsas, choros e canções é justamente o título da bolachinha lançada pelo Selo Sesc, que traz 13 faixas autorais de Gudin, com parceiros diversos. O ambiente é o da música de câmara e as composições são belas e melódicas, começando com “Arrebentação” (que já foi instrumental quando de leu lançamento em Balãozinho, disco de 1986, agora recebendo letra do incansável Paulo César Pinheiro), “O Velho E O Rio”, “Poente” e “Navegador”. Os temas são entoados pelas musicistas, com o voz “pequena” de Gudin se ouvindo apenas na oitava faixa, “Paulista”, sendo que “Luzes Da Mesma Luz” é abrilhantada pela participação vocal de Renato Braz. Destacam-se ainda as valsas “Fábula” (assim como “Luzes Da Mesma Luz”, composta em parceria com Sérgio Natureza) e “Valsa Anônima”; o choro tradicional “Elegância Antiga”; e o encerramento do álbum, “Lenda” (composta com o antigo parceiro de Gudin, Roberto Riberti, mais dois expoentes da Vanguarda Paulistana, Arrigo Barnabé e Hermelino Neder). Entre tantas belas canções, dois temas não trazem letra: o “Choro Do Amor Vivido”, vocal-instrumental, apresentando os vocalises de Léla e Naila numa linda polifonia; e “Jacob”, homenagem ao “rei do bandolim”, com participação de Ronen Altman no instrumento – e esse belo choro de quase seis minutos é nosso tema de hoje.

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