Lúcio Maia fez sua estreia solo em 2019, com um autointitulado álbum instrumental viajante, tranquilo, afetado por uma modorrência gostosa. Suas guitarras cantam melodias inspiradas na musicalidade da América Latina, o que já é denunciado pelo (genial) título da faixa de abertura, “‘Enrolando Salsa” – cuja sonoridade é muito representativa das sete faixas que virão a seguir, com guitarras proeminentes e órgãos chapadíssimos. Assim, quem buscar algo da Nação Zumbi, nesse disco, irá quebrar a cara; o que tem de Nação em Lúcio Maia é o próprio Lúcio. Outros destaques são “Amor Invisível” (com um balanço entre o rock e o soul, e uma estrutura quase jazzística), “Nascimento De Um Instante” (uma cúmbia psicodélica) e a faixa de encerramento, excelente versão para “Lithium”, do Nirvana (e que rivaliza com a releitura proposta, alguns anos antes, pelo Macaco Bong). Acompanham Lúcio, no álbum, os tecladistas Maurício Fleury (do Bixiga 70) e o renomado Carlos Trilha, os bateristas Hugo Carranca e Thiago Silva, o percussionista Felipe Roseno (sendo suas congas as responsáveis pelo toque latino que permeia a maioria das faixas) e os baixistas Fábio Sá e Dengue (este, velho companheiro de Lúcio na Nação Zumbi). Duas faixas ganharam belos videoclipes, que merecem ser apreciados: “A Melhor De Todas” e “Palomar” – e tomo esta, com seus ares blueseiros, como nosso tema de hoje, tendo sido composta por Lúcio, Dengue e Carranca.
Esse disco é muito bom, pena que sempre que eu ouço me lembra a pandemia (ouvi muito ele durante esse período dark de nossas vidas).
Amanhã tem show do Lúcio Maia Trio lá no Picles (bar lá na cardeal arco verde), bora ?
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Se bobear, quem me indicou esse disco foi você, na época pandêmica!
Eu não estive muito bem nos últimos dias e vou precisar me resguardar, do contrário, toparia esse show sim! Quase que eu fui nesse bar no ano passado, preciso conhecê-lo um dia.
Grato pelo comentário!
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