45. Gilberto Gil: “Pipoca Moderna”

Expresso 2222 (1972) é um dos maiores álbuns da música brasileira, completo, irretocável, clássico. Portanto, escrever sobre essa obra prima de Gil é chover no molhado. Em resumo, é o disco que celebra o retorno do artista ao Brasil, após três anos de exílio, promovendo uma enérgica fusão entre rock n’ roll e música regional nordestina e dividindo-se entre originais composições do próprio Gil e de outros autores. O experimentalismo é psicodélico, pop e dançante, vide o rock “Back In Bahia”, mas também traz momentos de maior introspecção, como na bem-sacada “Oriente”. Importa, para nós, a abertura, “Pipoca Moderna”, o tema instrumental do álbum. A faixa é composição de Sebastião Biano, que nos deixou em 2022, músico alagoano da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru (e de quem já falamos aqui). Aliás, é a própria Banda quem executa o tema, que poderia estar perfeitamente em seu próprio repertório. A composição possuía, também, letra de Caetano Veloso, mas a versão cantada só apareceria três anos mais tarde, em seu álbum Joia. Apesar do inusitado regionalismo da abertura, Expresso 2222 é mesmo um disco de cordas, sobressaindo-se o violão de Gil (e bem me lembro de, em Feliz ano velho, Marcelo Rubens Paiva falar do baiano como um dos maiores violonistas brasileiros; quem duvida, que escute “O Sonho Acabou”e a mencionada “Oriente”) e as guitarras de Lanny Gordin.

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