93. Arthur Endo: “Conversa De Baiana”

Em seu álbum de estreia, Narrativas de um Brasil (2019), o jovem violonista Arthur Endo propõe uma espécie de passeio histórico-musical, dando vida – geralmente, como solista – a obras de muitos autores que ajudaram a conformar não apenas o violão brasileiro (Dilermando Reis, Baden, Guinga, Ulisses Rocha), mas a música e a canção popular como um todo (Tom e Vinícius, K-Ximbinho, Ernesto Nazareth, Pixinguinha). As participações especiais estão concentradas no finalzinho do álbum: o flautista Felipe Santos proporciona um quê de recital ao belo “Tenebroso” de Nazareth; Ulisses Rocha, em sua “Calango”, faz um duo de violões com seu ex-pupilo na Universidade Estadual de Campinas; e o saxofone de Mateus Marques adorna os dois choros k-ximbeiros, “Sonhando” e “Sonoroso”. Ousadamente, Endo incluiu no disco também uma peça autoral, “Filha Do Medo Da Noite”, em que um motivo tenso é martelado ao violão, até que, no final, o músico faz dele um instrumento percussivo – e a faixa não faz feio frente a tantos clássicos. Mas, como tema de hoje, fico mesmo com o choro de Dilermando, “Conversa De Baiana”, executado de forma impecável (como tudo, aliás, em Narrativas de um Brasil).

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