103. Armando Macedo: “Tico-Tico No Fubá”

A estreia de Armandinho Macedo (ainda Armando) em LP é impressionante. Como mostra a foto da capa do disco de 1969, tratava-se ainda de um imberbe adolescente, portando um bandolim que, logo logo, ficaria ainda menor nas mãos do músico das fervilhantes ideias que o levariam à criação da guitarra baiana. Apesar da juventude de seu intérprete, o álbum capta um instrumentista já bastante seguro, relendo valsas, choros e temas do momento (como “Viola Enluarada”, dos irmãos Valle, e “Carolina”, de Chico). Chama a atenção o enorme pot-pourri que passeia pelas várias regiões do país, mediante trechos de obras típicas de diversos estados. Alguns dos destaques são “Desespero”, uma espécie de polca com mudanças de andamento, conduzindo a momentos mais literalmente chorosos (e Armandinho faz o bandolim, literalmente, soluçar de desespero), com Dino 7 Cordas no acompanhamento; e sua versão para “Tico Tico No Fubá”, de Zequinha de Abreu, que mesmo sendo ortodoxa, deixa transparecer a personalidade de Armandinho, usando e abusando dos rubatos – merecendo ser nosso tema do dia. Vale acrescentar que Armando Macedo é sustentado por um conjunto de peso: o Regional do Canhoto.

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